2006-09-13

Fahrenheit 451

Ray Bradury não cinge, pois, o enredo de “Fahrenheit 451” à crítica da censura: a história de Guy Montag representa também o combate individual num mundo de obediência servil e a sabedoria que somente pode ser descoberta nas páginas dos livros.

2006-08-06

Biblioteca, de Zoran Zivkovic
Publicado por Cavalo de Ferro, 92 págs.


Para quem se lembra das séries televisivas 5ª dimensão ou mesmo limites do terror, irá encontrar algumas semelhanças neste pequeníssima obra, digo em termos de obscuridade nas histórias.
Constituído por seis contos sendo sempre, a temática em primeiro plano as bibliotecas e por vezes os utilizadores das mesmas.
Escrito com uma linguagem simples e clara, a leitura deste livro é recomendável a qualquer pessoa. Uma vez começada a sua leitura ficamos com uma surpreendente curiosidade de ver como tudo acaba em cada conto.


"Com o World Fantasy Award de 2003 (para a categoria Best Novella) aliado à boa impressão deixada por críticas anteriores a pavimentarem a entrada para a Biblioteca, não esperava outra coisa se não uma agradável leitura. E não foi preciso atravessar todas as seis homónimas surreais que habitam esta obra para perceber que percorreria tal caminho até à última página.
Uma biblioteca virtual revelando as futuras possibilidades da biobibliografia de um escritor, uma infindável biblioteca particular distribuída por correio, uma biblioteca nocturna possuídora dos segredos mais profundos do nosso ser, uma biblioteca infernal gerida por um Diabo atento e moderno, uma efémera biblioteca mínima compilada num só volume e uma biblioteca requintada manchada pela desonrosa presença de um livro de bolso.
Todas elas descritas num tom cativante e, por vezes, até divertido, em que tomamos conhecimento da posição das personagens face ao sobrenatural com que são confrontadas: raiva, resignação, perturbação, espanto, medo e estupefacção, observando a evolução da sua atitude em seis histórias que confluem para uma só num desfecho inesperado.
Apesar da tradução de Arijana Medvedeć não ser excelente, apresentando até algumas incoerências, fica o desejo de poder ver o resto da sua obra traduzida para português.
É também mais uma prova de que se escreve fantástico original e de grande qualidade fora dos mercados anglófonos."

2006-07-20

História do papel

História do papel

2006-07-10

Peregrino, de Findley, Timothy
Publicações Europa-América, 405 págs.

É uma história sem interesse. O autor não conseguiu prender o leitor na sua escrita. Factos históricos da vida de Davinci, Oscar Wilde e outros personagens históricos(homosexuais como o autor) foram introduzidos no romançe quase sem necessidade e até mesmo sem sentido. Muitas páginas(400) para tão pouco. Não vale o dinheiro que pagamos. Um forte candidato ao pior livro de li até então.

"A existência de Peregrino acompanha o longo trilho da história humana; o seu passado enigmático leva-nos de Zurique nas vésperas da primeira guerra mundial e faz-nos recuar através dos séculos e até as profundezas da consciência humana. As revelações das suas vidas passadas emergem à medida que Peregrino ocupa um lugar no estimulante cortejo de ambição e desejo do romance, apresentado por uma parada excêntrica e colorida de personagens - míticos, de dicção e históricos. Ao mesmo tempo íntimo e expansivo, Peregrino é um drama vital da luta permanente entre a destruição e a criação, um trabalho provocador e extremamente original de um dos mais importantes escritores do Canadá."

2006-05-17

2006-03-31
















2006-03-24

"Acontece com o livros o mesmo que com os homens: um pequeno grupo desempenha um grande papel" (Voltaire)

2006-03-20

Descobri este livro através de um texto dado numa aula de Área de Integração. Confesso que na altura não me despertou muito a atenção, mas ainda assim dias depois já o tinha comprado.
Este livro na minha opinião é muito mais do que apenas mais um simples romance. Pois para além da história principal, de um homem doente que descobre que está perto de morrer, reúne também, numa espécie de diário desse mesmo homem, uma série de histórias mínimas. Histórias que nos levam a reflectir sobre as mais variadas situações, banais á primeira vista, da existência humana. [Excerto]
Escrito com uma linguagem muito simples e clara, este romance torna-se bastante acessível a qualquer público.
Apesar de ser considerado pela crítica como o melhor romance do autor, devo dizer que não foi um livro do qual gostasse muito. Uma vez mais o livro vale mais pelas pequenas histórias do que pelo enredo principal.
“Foi professor na escola oficial de Väster Vala: chama-se Lars Lennart Westin. Deram-lhe a reforma antecipada quando fecharam a escola primária de Ennora, na margem norte do lago. Sustenta-se fazendo de tudo um pouco, mas principalmente vendendo o mel das suas colmeias, que esporadicamente dão uma produção abundante. Desde que se divorciou vive numa quintarola em Näset, que fica a par das aldeias de Vretarna e Bodarna, mas na margem oriental do lago, claro. Tem uma hortazinha, um terreno com batata e um cão. Às vezes recebe a visita de familiares. Tem telefone, televisão e uma assinatura do jornal de Västmanland. Depois do divórcio não teve contactos femininos dignos desse nome (...).

O que vamos ler são apontamentos dele. Apontamentos deixados por ele, pois nesta Primavera de 1975, precisamente por alturas do degelo, ele descobre que antes do Outono terá desaparecido.”

A obra-prima de um dos maiores escritores suecos contemporâneos”

2006-03-06

A ESPERANÇA

A Esperança não murcha, ela não cansa,
Também como ela não sucumbe a Crença.
Vão-se sonhos nas asas da Descrença,
Voltam sonhos nas asas da Esperança.
*
Muita gente infeliz assim não pensa;
No entanto o mundo é uma ilusão completa,
E não é a Esperança por sentença
Este laço que ao mundo nos manieta?
*
Mocidade, portanto, ergue o teu grito,
Sirva-te a crença de fanal bendito,
Salve-te a glória no futuro - avança!
*
E eu, que vivo atrelado ao desalento,
Também espero o fim do meu tormento,
Na voz da morte a me bradar: descansa!
*
Augusto dos anjos

2006-02-15

O Historiador de Elizabeth Kostova
Publicado pela Gótica, 598 págs.

Com a leitura deste primeiro romance de Elizabeth Kostova creio que ficamos com a sensação de que a autora já escreve há imenso tempo, dada não só pela qualidade da escrita como também a pela imaginação da autora na criação original de todo um enredo à volta de vários personagens ao longo do romance. Com uma história, onde factos reais e fantasia se misturam em torno da mítica e real personagem de drácula, a autora consegue nos transportar quer através do tempo, desde o século xv até a actualidade, quer numa viagem pela Europa onde nos consegue dar importantes lições de História acerca da cultura dos países de leste. Tanto assim é que ficamos convencidos de que é necessário mais do que apenas uma leitura da mesma para abarcar toda a informação histórica retida na obra.
Os pontos fracos do romance de Kostova baseiam-se essencialmente na delonga da autora no número de páginas do romance, facto que por vezes cansa até o leitor mais dedicado. A juntar a esse facto, um final pouco exigente e para muitos decepcionante dado o interesse despertado nas páginas iniciais.
Ainda assim a autora está de muitos parabéns pois conseguiu uma grande obra, com mais de 1 milhão de exemplares vendidos e em que os direitos para cinema já foram adquiridos. Resta penas esperar pela versão cinematográfica e por mais uma oportunidade para voltar a reler a obra.

“Uma noite, ao explorar a biblioteca do pai, uma jovem mulher encontra um livro antigo e um maço de cartas amareladas...As cartas abrem caminho para um dos poderes mais perversos que humanidade já conheceu...É uma busca da verdade sobre Vlad O Empalador, o governante medieval.”